quarta-feira, 23 de maio de 2012

Por um mundo melhor


Eu tenho um grande amigo, uma pessoa muito especial, que eu admiro muito.
Ele mora há alguns anos na Ásia e há 2 anos ele se dedica à um trabalho em uma organização não governamental na Índia.
Ele trabalha praticamente como voluntário esse tempo todo, recebe comida, moradia e carinho. Quando fala de seu trabalho e seus olhos enchem d’água é que  a gente precebe a dimensão do amor que ele recebe ali.
Lá só estudam meninos e todos moram na escola.
Fiquei realmente chocada quando ele me contou que em 2 anos  nunca tinha visto uma briga, uma briga sequer, em um  lugar cheio de meninos adolescentes, com  hormônios à  flor da pele.
Pensei muito no meu trabalho na Ong  e na minha luta diária contra a violência gratuita,  a falta de respeito mútuo e a falta de gentileza.
A diferença era tão gigante, que a comparação foi inevitável.
Tudo bem, existem as diferenças culturais , que nem precisamos discutir aqui.
Mas os dois países sofrem com a desigualdade social e a pobreza, neste aspecto somos semelhantes.
Então como nós dois, trabalhando em projetos tão parecidos podíamos viver realidades tão opostas?
Acredito que no trabalho do meu amigo existe uma coisa que faz toda a diferença: as crianças praticam  yoga e meditam desde muito cedo.
Em várias escolas na Índia a prática de yoga faz parte da rotina das crianças e estudos já comprovaram uma lista infinita de benefícios para a saúde dos pequenos.
Isso tudo me faz pensar na cultura que estamos criando de super valorização do material e da aparência.
Aqui as crianças estão sendo educadas para serem pessoas bem sucedidas profissionalmente e finaceiramente.
As escolas pensam desde a pré escola, quais instrumentos irão oferecer  para essa criança passar no melhor vestibular, e ter o emprego mais brilhante do universo.
Pronto, essa é a fórmula da felicidade e da realização pessoal.
Claro que isso tudo é muito importante , mas não deve ser o único aspecto valorizado na formção escolar.
As crianças estão aprendendo inglês, espanhol, mandarim, mas muitas vezes não sabem mais brincar, compartilhar.
Elas já escrevem  com 5 anos, já conhecem  todas as tecnologias, mas não dizem obrigado, por favor, não sabem elogiar, não percebem quando você está triste, ou zangado e não sentem compaixão quando passam por um mendigo dormindo ao relento no frio.
Eu não sei qual é o mundo que meu filho vai herdar, mas gostaria de deixar para o mundo um ser humano equilibrado, feliz, respeitoso.
Acho que deveria haver uma reforma no pensamento da sociedade quanto à forma de educar, afinal será que a prática da caridade, o exercício da compaixão e a espiritualidade, tão importantes para a formação integral do indivíduo não poderiam fazer parte do universo escolar?  
 Talvez a nossa cobrança em sermos perfeitos está fazendo com que a gente  se esqueça do principal, que é viver com amor, simplesmente.

Um ótimo dia para vocês , pessoas de bem.
Namastê

2 comentários:

  1. É minha Migolia, mas o mundo está mundando e apesar de ainda não sentirmos tão claramente ele está sim melhorando.E isso se deve a pessoas geniais como você, que não se acomodam, escrevem, se envolvem e principalente passam pros filhos desde cedinho o que realmente é exêncial nessa vida.Sinto muito orgulho de vc riqueza! :)

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    1. Eu também acredito nessa mudança e que todos fazemos parte dela.
      Minha lindeza obrigada pelo seu apoio de sempre e pela sua amizade de irmã. Te amo

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